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A vez do carvão mineral

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JC Edição Especial
20130524101312jc.jpg - Foto: CRM

De tempos em tempos, é a mesma história. O governo federal acende velas para São Pedro em tempos de seca, para que as hidrelétricas brasileiras, responsáveis por mais de 70% da energia produzida no Brasil, funcionem a pleno - e espantem o medo do apagão. Mas, ao que tudo indica, a fé está perdendo espaço para a ação. As termelétricas devem perder o posto de patinho feio da produção energética brasileira. E a vedete é o Rio Grande do Sul e suas jazidas de carvão mineral. Para o gerente executivo da Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado (Seinfra), Rui Dick, o governo federal finalmente percebeu que é preciso aumentar a base de geração de energia firme através de termelétricas. “Depois do primeiro apagão, em 2001, as termelétricas de combustível fóssil e a diesel ‘seguraram’ a situação sempre que foi necessário, inclusive no ano passado. E uma grande aposta é o carvão mineral. No Estado, temos reservas abundantes a preços estáveis”, afirma Dick.

 

Por causa dos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, o governo federal vem mantendo, desde outubro de 2012, todas as termelétricas do País em funcionamento. O medo de um novo apagão fez com que, em final de abril, as usinas térmicas fossem responsáveis por 18,3% de toda energia produzida no Brasil. “Estamos apostando para a geração de energia através do carvão mineral porque não temos escolha. Não temos mais recursos naturais que gerem energia limpa como temos hoje”, afirma o coordenador do Laboratório de Eficiência Energética da Pucrs, Odilon Pavón Duarte.

A ascensão do carvão mineral está conquistando espaço. Segundo dados da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), o Estado possui 89% das jazidas de carvão mineral do País, porém, representa apenas 1,3% da matriz energética do Brasil devido às políticas públicas de energia. O presidente da CRM, Elifas Simas, explica que termelétricas a carvão geram energia firme e com menos desperdício, mas tudo depende de políticas estatais que funcionem a médio e longo prazo. “Com a proximidade do leilão A-5, marcado para 29 de agosto, aguardamos que sejam efetivados e vencedores os projetos situados no Rio Grande do Sul, o que pode render ao Estado a geração de mais de 6 mil empregos, além de um acréscimo de até 13 milhões/ano de toneladas na extração e processamento do carvão mineral gaúcho.”

 

O município gaúcho de Candiota é o local que possui a maior concentração (12,6%) da reserva de carvão mineral do País. “Para se ter uma ideia, caso fosse construído um complexo energético a carvão em Candiota com a grandeza equivalente de Itaipu, teríamos o equivalente potencial energético para mais de 200 anos”, afirma Simas.

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